OLHARES SOBRE A CIBERCULTURA - André Lemos
Lemos, André; Cunha, Paulo (orgs). Olhares sobre a Cibercultura. Sulina, PortoAlegre,2003; pp. 11-23
Lemos, André; Cunha, Paulo (orgs). Olhares sobre a Cibercultura. Sulina, PortoAlegre,2003; pp. 11-23
No texto, o
autor apresenta alguns pontos relevantes para a compreensão
da nossa época. Inicialmente,
a cibercultura é definida como a própria cultura contemporânea.
Neste sentido, o autor afirma que quase a totalidade dos processos sociais, na atualidade,
são mediados por dispositivos eletrônicos digitais. A nova estrutura técnica contemporânea é marcada pela liberação do polo emissor - “qualquer
indivíduo pode emitir e receber, a priori, informação em tempo real e para
qualquer lugar do planeta” e pela conexão generalizada, inicialmente fixa e
agora móvel. A possibilidade, então, de produzir informação tem impactado as
áreas de vida social acarretando o que o autor denomina de reconfiguração espaço-temporal. A sociedade da
informação é caracterizada pelo modo online, o que gera consequências positivas
(potência da ação imediata, acesso amplo à informação e produção de
conhecimento) e negativas (consumo de informações esvaziado de reflexão e criticidade).
De acordo com André Lemos, observa-se a ampliação
do fenômeno com o acesso a internet de caráter exponencial, a despeito da exclusão
digital ser um fato. No mais, ele afirma que precisamos reconhecer que não há
mídia totalmente democrática e universal. Observa-se ainda segundo o autor o
surgimento de novas práticas comunicacionais (e-mail, chats, muds, lans house e blogs), além
da ampliação das formas tradicionais de comunicação (jornalismo online, rádio
online, TV online, revistas online e sites de informação). Consequentemente, as
novas formas de comunicação produzem novas
relações sociais eletrônicas. Para o autor as práticas
comunicacionais na cibercultura revelam a “pregnância do social para além da
assepsia ou simples robotização”. A arte, na condição de expressão da humanidade
também sofre mudanças no contexto da cibercultura, nomeada como arte eletrônica, uma vez que os artistas
utilizam as novas tecnologias. Além disso, o corpo, cyborg,
reconfigura-se e torna-se também objeto de intervenção. No que tange as questões políticas da cibercultura, estas
atingem, segundo o autor, os incluídos e os excluídos do mundo digital e dizem
respeito a crescente transformação na relação entre espaços público e privado.
Neste cenário, emerge a concepção de cibercidades,
ou seja, cidades que utilizam a tecnologia e o fluxo de informações, pois para
o autor já vivemos nas cibercidades e precisamos considerar as questões
relativas a intersecção entre o lugar e o fluxo (cibercidadania, a
ciberdemocracia, a exclusão e inclusão digital). E para sistematizar as
ideia apresentadas ao longo do texto, o autor apresenta três leis, denominadas por ele como leis da cibercultura. que resumem tudo o que foi exposto anteriormente:
LEI DA RECONFIGURAÇÃO,
LEI DA LIBERAÇÃO DO POLO DE EMISSÃO E LEI DA CONECTIVIDADE GENERALIZADA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário