segunda-feira, 21 de outubro de 2019


OLHARES SOBRE A CIBERCULTURA - André Lemos

Lemos, André; Cunha, Paulo (orgs). Olhares sobre a Cibercultura. Sulina, PortoAlegre,2003; pp. 11-23

No texto, o autor apresenta alguns pontos relevantes para a compreensão da nossa época. Inicialmente, a cibercultura é definida como a própria cultura contemporânea. Neste sentido, o autor afirma que quase a totalidade dos processos sociais, na atualidade, são mediados por dispositivos eletrônicos digitais. A nova estrutura técnica contemporânea é marcada pela liberação do polo emissor - “qualquer indivíduo pode emitir e receber, a priori, informação em tempo real e para qualquer lugar do planeta” e pela conexão generalizada, inicialmente fixa e agora móvel. A possibilidade, então, de produzir informação tem impactado as áreas de vida social acarretando o que o autor denomina de reconfiguração espaço-temporal. A sociedade da informação é caracterizada pelo modo online, o que gera consequências positivas (potência da ação imediata, acesso amplo à informação e produção de conhecimento) e negativas (consumo de informações esvaziado de reflexão e criticidade). De acordo com André Lemos, observa-se a ampliação do fenômeno com o acesso a internet de caráter exponencial, a despeito da exclusão digital ser um fato. No mais, ele afirma que precisamos reconhecer que não há mídia totalmente democrática e universal. Observa-se ainda segundo o autor o surgimento de novas práticas comunicacionais (e-mail, chats, muds, lans house e blogs), além da ampliação das formas tradicionais de comunicação (jornalismo online, rádio online, TV online, revistas online e sites de informação). Consequentemente, as novas formas de comunicação produzem novas relações sociais eletrônicas. Para o autor as práticas comunicacionais na cibercultura revelam a “pregnância do social para além da assepsia ou simples robotização”. A arte, na condição de expressão da humanidade também sofre mudanças no contexto da cibercultura, nomeada como arte eletrônica, uma vez que os artistas utilizam as novas tecnologias. Além disso, o corpo, cyborg, reconfigura-se e torna-se também objeto de intervenção. No que tange as questões políticas da cibercultura, estas atingem, segundo o autor, os incluídos e os excluídos do mundo digital e dizem respeito a crescente transformação na relação entre espaços público e privado. Neste cenário, emerge a concepção de cibercidades, ou seja, cidades que utilizam a tecnologia e o fluxo de informações, pois para o autor já vivemos nas cibercidades e precisamos considerar as questões relativas a intersecção entre o lugar e o fluxo (cibercidadania, a ciberdemocracia, a exclusão e inclusão digital). E para sistematizar as ideia apresentadas ao longo do texto, o autor apresenta três leis, denominadas por ele como leis da cibercultura. que resumem tudo o que foi exposto anteriormente:

LEI DA RECONFIGURAÇÃO, LEI DA LIBERAÇÃO DO POLO DE EMISSÃO E LEI DA CONECTIVIDADE GENERALIZADA.


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