terça-feira, 22 de outubro de 2019

Software Livre e formação de professores: para além da dimensão técnica 


O texto tem por objetivo definir o conceito de software livre, discutindo a ideia basilar das quatro liberdades, estabelecendo ainda relação com a formação de professores e as suas potencialidades.

"[...]Uma vez público o sistema que explicita todas as rotinas de processamento do software livre, é possível estudar, modificar, aperfeiçoar e socializar novamente o mesmo, num processo ininterrupto, e com a participação de todos aqueles que tiverem interesse no foco de atuação desse software.
As quatros liberdades dos usuários de software - liberdade para executar o programa, para qualquer propósito; liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades; liberdade de redistribuir, inclusive vender cópias, de modo que possa colaborar com a comunidade de desenvolvedores e com a sociedade em geral; liberdade de modificar o programa, e liberar estas modificações, gratuitamente ou não[...].Garantidas essas liberdades, institui-se uma dinâmica de produção e liberação de software, numa perspectiva coletiva e colaborativa. Em virtude disso, usar, se familiarizar, contribuir, produzir e socializar esses sistemas, ou seja, participar do movimento software livre, vai além de sua dimensão técnica, implica questões políticas, filosóficas, culturais e de gestão do conhecimento. Ir além da dimensão técnica significa, em primeiro lugar, que o software livre caracteriza-se como um movimento social, que se situa no plano político, e tem a liberdade como princípio fundamental".


Para mim que estou fazendo licenciatura em pedagogia, a discussão do tema foi bastante enriquecedora. Compreendi que a concepção de software livre, no âmbito da educação, está vinculada a uma filosofia educacional colaborativa, que tem por princípio a socialização de conhecimentos.

BONILLA, Maria Helena Silveira. Software Livre e formação de professores: para além da dimensão técnica in: FANTIN, Mônica; RIVOLTELLA, Pier Cesare (orgs.). Cultura digital e Escola: pesquisa e formação de professores. Campinas: Papirus, 2012, p. 253-282.



Celebração 50 anos da Faculdade de Educação - FACED/ UFBA



Participei, no dia 14/10/19,  da celebração dos 50 anos da FACED. Foi uma grande oportunidade de ouvir o relato do Professor Dr. Cipriano Luckesi sobre formação docente e com isto refletir sobre a FACED que somos hoje e a FACED que desejamos ser nos próximos 50 anos. Desejo que possamos seguir construindo conhecimentos de forma colaborativa, ética, respeitando toda a diversidade de saberes. Viva FACED/UFBA! Orgulho de ser FACED/UFBA.



Deixo aqui a indicação de leitura do texto " Escola e transformação social" do blog de Luckesi, disponível em: http://luckesi.blogspot.com/2017/12/132-escola-e-transformacao-social.html
Reflexão entre professores em Blogs: aspectos e possibilidades - Halmann e Bonilla
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/11870


O texto tem por objetivo analisar o fenômeno da prática docente em Blogs, salientando, inclusive que o movimento em Blogs não surgiu originalmente no âmbito da Educação.

 "Os blogs foram sendo construídos de acordo com uma série de necessidades, como, por exemplo, manter o registro de certos processos na web. Os sujeitos foram se apropriando disto, adaptando os blogs às suas necessidades, gerando novos processos. Assim, vemos os mais diversos projetos com blogs, inclusive na educação, não como uma mera alavanca para chegar de um ponto a outro (ou para tornar a educação mais “atraente”), mas como estruturante de uma outra forma de pensar a formação docente e a educação como um todo".

Segundo as autoras o Blog tem um papel importante no desenvolvimento da capacidade autoral do professor, assim como do aluno, além de exercer influência na construção de trajetórias individuais e coletivas.

Uma dessas possibilidades é a potencialização de uma formação contínua articulada com tantos outros pares, dando espaço para a reflexão sobre suas práticas, o compartilhar de idéias, a busca de novas teorias e a visibilidade para a leitura que faz delas, o exercitar do posicionamento de seus pontos de vista, o discutir com outros, argumentar, ou seja, o “se fazer fazendo” que constitui o professor um ser em constante re-construção.

Além disso, também pude presenciar o incentivo à escrita nos alunos, as tentativas para relacionar saberes escolares com saberes prévios, o acompanhamento dos processos de apreensão dos conhecimentos, as avaliações constantes sobre a aprendizagem dos alunos e a prática do professor, além do incentivo à colaboração e à busca conjunta (muitas vezes ultrapassando barreiras geográficas) da solução de problemas. [...]os blogs iam confluindo cada vez mais com a prática docente destes e de outros professores, sempre reafirmando uma lógica de construção de conhecimento mais refletida, compartilhada, livre, contextualizada e implicada com o contexto e com a função social do educar. 

As autoras concluem que o uso de Blogs, no âmbito educacional, abre possibilidade para a construção autoral de conhecimentos para além da postura passiva de assimilação e consumo de informações.   



Pensando em BLOGS e formação docente quero destacar aqui alguns blogs:


IoT - INTERNET DAS COISAS

A partir da minha experiência de aprendizagem atual sobre Educação e Tecnologias Contemporâneas passei a compreender que a condição básica de existência da cibercultura é a conectividade/interatividade. Neste sentido, é importante salientar que esta condição está atrelada a internet e o enorme potencial de acesso e conexões antes dela inimagináveis. Para além disto, hoje podemos falar inclusive na internet das coisas. Mas, afinal o que significa este conceito? Segundo André Lemos, verifica-se que, na atualidade, há uma amplitude da internet que atinge e passa a agir diretamente nos objetos. Logo, o conceito internet das coisas, ou comunicação das coisas como ele prefere, diz respeito a uma rede marcada pelo automatismo relativo a conexão entre objetos. 







Para complementar a discussão do texto anterior "Olhares sobre a cibercultura", resolvi compartilhar aqui um vídeo, da TV UFBA Conecta, com o próprio André Lemos. 



segunda-feira, 21 de outubro de 2019


OLHARES SOBRE A CIBERCULTURA - André Lemos

Lemos, André; Cunha, Paulo (orgs). Olhares sobre a Cibercultura. Sulina, PortoAlegre,2003; pp. 11-23

No texto, o autor apresenta alguns pontos relevantes para a compreensão da nossa época. Inicialmente, a cibercultura é definida como a própria cultura contemporânea. Neste sentido, o autor afirma que quase a totalidade dos processos sociais, na atualidade, são mediados por dispositivos eletrônicos digitais. A nova estrutura técnica contemporânea é marcada pela liberação do polo emissor - “qualquer indivíduo pode emitir e receber, a priori, informação em tempo real e para qualquer lugar do planeta” e pela conexão generalizada, inicialmente fixa e agora móvel. A possibilidade, então, de produzir informação tem impactado as áreas de vida social acarretando o que o autor denomina de reconfiguração espaço-temporal. A sociedade da informação é caracterizada pelo modo online, o que gera consequências positivas (potência da ação imediata, acesso amplo à informação e produção de conhecimento) e negativas (consumo de informações esvaziado de reflexão e criticidade). De acordo com André Lemos, observa-se a ampliação do fenômeno com o acesso a internet de caráter exponencial, a despeito da exclusão digital ser um fato. No mais, ele afirma que precisamos reconhecer que não há mídia totalmente democrática e universal. Observa-se ainda segundo o autor o surgimento de novas práticas comunicacionais (e-mail, chats, muds, lans house e blogs), além da ampliação das formas tradicionais de comunicação (jornalismo online, rádio online, TV online, revistas online e sites de informação). Consequentemente, as novas formas de comunicação produzem novas relações sociais eletrônicas. Para o autor as práticas comunicacionais na cibercultura revelam a “pregnância do social para além da assepsia ou simples robotização”. A arte, na condição de expressão da humanidade também sofre mudanças no contexto da cibercultura, nomeada como arte eletrônica, uma vez que os artistas utilizam as novas tecnologias. Além disso, o corpo, cyborg, reconfigura-se e torna-se também objeto de intervenção. No que tange as questões políticas da cibercultura, estas atingem, segundo o autor, os incluídos e os excluídos do mundo digital e dizem respeito a crescente transformação na relação entre espaços público e privado. Neste cenário, emerge a concepção de cibercidades, ou seja, cidades que utilizam a tecnologia e o fluxo de informações, pois para o autor já vivemos nas cibercidades e precisamos considerar as questões relativas a intersecção entre o lugar e o fluxo (cibercidadania, a ciberdemocracia, a exclusão e inclusão digital). E para sistematizar as ideia apresentadas ao longo do texto, o autor apresenta três leis, denominadas por ele como leis da cibercultura. que resumem tudo o que foi exposto anteriormente:

LEI DA RECONFIGURAÇÃO, LEI DA LIBERAÇÃO DO POLO DE EMISSÃO E LEI DA CONECTIVIDADE GENERALIZADA.


EDUCAÇÃO E INTERNET No fórum de discussão do componente Educação e Tecnologias Contemporâneas sobre o tema Educação e Internet,...