Por uma outra globalização - Milton santos
Pensar em EDUCAÇÃO no contexto da CIBERCULTURA é pensar/refletir também sobre GLOBALIZAÇÃO. Milton Santos, no documentário do cineasta brasileiro Silvio Tendler - O mundo global visto do lado de cá- discute a globalização e afirma que um mercado avassalador, dito global, é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta, quando, na verdade, as diferenças locais são aprofundadas. Neste contexto, o pesquisador brasileiro salienta a existência de tês mundos:
O mundo como nos fazem vê-lo - a globalização como fábula;
O mundo como ele é - a globalização como perversidade;
O mundo como ele pode ser - uma outra globalização.
Segundo Milton Santos, a globalização como fábula preconiza a ideologia do Estado mínimo, da aldeia global sem fronteiras, do encurtamento do espaço-tempo e do acesso irrestrito a informação/conhecimento. Entretanto, o que se observa é a globalização como perversidade, na qual o Estado existe para atender os investidores internacionais, em detrimento da população. Desta forma, o desemprego torna-se crônico , a pobreza aumenta, as classes médias perdem em qualidade de vida, a educação de qualidade torna-se, cada vez mais, inacessível, além de verificar-se uma adesão desenfreada a comportamentos competitivos.
Por fim, há a defesa do mundo como ele pode ser, alicerçado na necessidade de pensarmos formas democráticas, que garantam o exercício da cidadania no nosso tempo. Para Milton Santos, a ausência de liberdade é uma marca do nosso tempo, que compromete o exercício da cidadania. Por isso, ele conclui o documentário de forma bem esperançosa afirmando e apostando no fato de que "estamos fazendo os ensaios do que será a humanidade."
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