Primeiras aproximações a respeito da Educação a distância
Educação a distância (EAD) é uma modalidade de ensino-aprendizagem que
prescinde de espaço físico e tempo determinados. Nesta, a comunicação acontece,
independente da presença física dos sujeitos (professores e alunos), a partir
do uso de tecnologias ligadas à educação, que foram se modificando ao longo do
tempo, acompanhando as mudanças sociais. Logo, EAD não é uma modalidade
hodierna e já passou por quatro gerações distintas. A primeira caracterizada
pelo uso de cartas e depois do material impresso, a segunda pelo uso da rádio e
posteriormente da televisão, a terceira pelo uso de computadores e início da
internet, e a quarta, por sua vez, pelo desenvolvimento da web e surgimento das
tecnologias de informação e comunicação (TICs), além dos ambientes virtuais de
aprendizagem (AVAs).

O surgimento das TICs permitiu,
então, o estabelecimento de novas formas de interação e acesso à informação,
ampliando as possibilidades de ensino-aprendizagem na EAD. Nesse sentido,
enquanto na EAD tradicional o professor é o transmissor, em massa, de informações
a distância, através de recursos analógicos, em uma relação unívoca
estabelecida com os alunos, na Educação online,por outro lado, o acesso à informação é
liberado, a comunicação acontece em rede, nos AVAs e todos os sujeitos da
aprendizagem tornam-se potencialmente produtores de conhecimento. Entretanto, é
importante salientar que as TICs não garantem a superação do modelo instrucional
de transmissão e assimilação de informações. E, um dos desafios da EAD na
contemporaneidade, portanto, está na necessidade de fomentar a construção de
conhecimentos de forma colaborativa, ética e crítica. Para isto, o professor
precisa compreender o seu papel de orientador na construção de conhecimentos e
não de transmissor de informações, assim como o aluno precisa ser capaz de
aprender na interação com seus pares de forma colaborativa, compartilhando
informações, assumindo a responsabilidade por seu processo de aprendizagem,
produzindo conhecimento.

No mundo globalizado, a demanda por
educação permanente e continuada, somada ao quantitativo insuficiente de cursos
de formação na modalidade presencial, produziu um aumento significativo dos
cursos na modalidade a distância. A despeito dos crescentes avanços das TICs, a
transformação em potencial da EAD como instrumento de democratização da
Educação, implica a inclusão digital como estratégia fundamental nesse
processo. No entanto, a ampliação do acesso à informação não garante
efetivamente que todos estão incluídos neste contexto e, consequentemente, não
garante democratização da Educação.

No Brasil, em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394, em seu artigo 80º define que o poder público deve incentivar o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino e de educação continuada. A ampliação da modalidade a distância ocorreu principalmente com surgimento da Universidade Aberta
do Brasil (UAB) e da Escola Técnica Aberta do Brasil (e-Tec Brasil). Contudo, EAD de qualidade, a democratização da
Educação, assim como a inclusão digital, continuam sendo
desafios, no cenário educacional brasileiro. Por fim, e importante salientar
que, no âmbito da EAD, faz-se necessário refletir sobre currículos, o
protagonismo no processo de ensino-aprendizagem e políticas públicas no âmbito da Educação.