segunda-feira, 16 de setembro de 2019




Relações Sociais na Era Digital


A internet gera um enorme potencial de acesso e conexões, antes dela inimagináveis. Mas, com isto podemos observar também que, na sociedade moderna, há um novo modo virtual de relações.




Considerando a cibercultura e a sua condição básica de existência, ou seja, conectividade,interatividade, além do fato de que a própria Educação, no âmbito da cibercultura, sustenta-se no modo colaborativo de produção e construção de conhecimentos, será que os sujeitos dessa nova geração serão capazes de viver efetivamente a cooperação necessária para avançarmos? Que desdobramentos vamos observar ainda diante desse fenômeno, principalmente no que tange a nova geração? Ainda não temos respostas, pois estamos vivenciando um processo de mudanças vinculado a emergência das tecnologias contemporâneas. Mas, que possamos seguir refletindo sobre...






domingo, 8 de setembro de 2019


Primeiras aproximações a respeito da Educação a distância

Educação a distância (EAD) é uma modalidade de ensino-aprendizagem que prescinde de espaço físico e tempo determinados. Nesta, a comunicação acontece, independente da presença física dos sujeitos (professores e alunos), a partir do uso de tecnologias ligadas à educação, que foram se modificando ao longo do tempo, acompanhando as mudanças sociais. Logo, EAD não é uma modalidade hodierna e já passou por quatro gerações distintas. A primeira caracterizada pelo uso de cartas e depois do material impresso, a segunda pelo uso da rádio e posteriormente da televisão, a terceira pelo uso de computadores e início da internet, e a quarta, por sua vez, pelo desenvolvimento da web e surgimento das tecnologias de informação e comunicação (TICs), além dos ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs).


O surgimento das TICs permitiu, então, o estabelecimento de novas formas de interação e acesso à informação, ampliando as possibilidades de ensino-aprendizagem na EAD. Nesse sentido, enquanto na EAD tradicional o professor é o transmissor, em massa, de informações a distância, através de recursos analógicos, em uma relação unívoca estabelecida com os alunos, na Educação online,por outro lado, o acesso à informação é liberado, a comunicação acontece em rede, nos AVAs e todos os sujeitos da aprendizagem tornam-se potencialmente produtores de conhecimento. Entretanto, é importante salientar que as TICs não garantem a superação do modelo instrucional de transmissão e assimilação de informações. E, um dos desafios da EAD na contemporaneidade, portanto, está na necessidade de fomentar a construção de conhecimentos de forma colaborativa, ética e crítica. Para isto, o professor precisa compreender o seu papel de orientador na construção de conhecimentos e não de transmissor de informações, assim como o aluno precisa ser capaz de aprender na interação com seus pares de forma colaborativa, compartilhando informações, assumindo a responsabilidade por seu processo de aprendizagem, produzindo conhecimento.


No mundo globalizado, a demanda por educação permanente e continuada, somada ao quantitativo insuficiente de cursos de formação na modalidade presencial, produziu um aumento significativo dos cursos na modalidade a distância. A despeito dos crescentes avanços das TICs, a transformação  em potencial da EAD como instrumento de democratização da Educação, implica a inclusão digital como estratégia fundamental nesse processo. No entanto, a ampliação do acesso à informação não garante efetivamente que todos estão incluídos neste contexto e, consequentemente, não garante democratização da Educação.


No Brasil, em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394, em seu artigo 80º define que o poder público deve incentivar o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino e de educação continuada. A ampliação da modalidade a distância ocorreu principalmente com surgimento da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e da Escola Técnica Aberta do Brasil (e-Tec Brasil). Contudo, EAD de qualidade, a democratização da Educação, assim como a inclusão digital, continuam sendo desafios, no cenário educacional brasileiro. Por fim, e importante salientar que, no âmbito da EAD, faz-se necessário refletir sobre currículos, o protagonismo no processo de ensino-aprendizagem e políticas públicas no âmbito da Educação.

Por uma outra globalização - Milton santos




Pensar em EDUCAÇÃO no contexto da CIBERCULTURA é pensar/refletir também sobre GLOBALIZAÇÃO. Milton Santos, no documentário do cineasta brasileiro Silvio Tendler - O mundo global visto do lado de cá- discute a globalização e afirma que um mercado avassalador, dito global, é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta, quando, na verdade, as diferenças locais são aprofundadas. Neste contexto, o pesquisador brasileiro salienta a existência de tês mundos:

O mundo como nos fazem vê-lo - a globalização como fábula;
O mundo como ele é - a globalização como perversidade;
O mundo como ele pode ser - uma outra globalização.

Segundo Milton Santos, a globalização como fábula preconiza a ideologia do Estado mínimo, da aldeia global sem fronteiras, do encurtamento do espaço-tempo e do acesso irrestrito a informação/conhecimento. Entretanto, o que se observa é a globalização como perversidade, na qual o Estado existe para atender os investidores internacionais, em detrimento da população. Desta forma, o desemprego torna-se crônico , a pobreza aumenta, as classes médias perdem em qualidade de vida, a educação de qualidade torna-se, cada vez mais, inacessível, além de verificar-se uma adesão desenfreada a comportamentos competitivos. 







Por fim, há a defesa do mundo como ele pode ser, alicerçado na necessidade de pensarmos formas democráticas, que garantam o exercício da cidadania no nosso tempo. Para Milton Santos, a ausência de liberdade é uma marca do nosso tempo, que compromete o exercício da cidadania. Por isso, ele conclui o documentário de forma bem esperançosa afirmando e apostando no fato de que "estamos fazendo os ensaios do que será a humanidade."





Intoxicações Eletrônicas na primeira Infância - Julieta Jerusalinsky 


Segundo Pierre Levy (1999), a condição básica da existência da CIBERCULTURA é a conectividade, a interatividade. A internet gera um enorme potencial de acesso e conexões, antes dela inimagináveis. Mas, com isto podemos observar também que, na sociedade moderna, há uma tendência a supremacia de um modo virtual de relações, em detrimento das relações diretas. Neste contexto, destaco aqui um vídeo, do Youtube, com a Profª Drª Julieta Jerusalinsky - Intoxicações Eletrônicas na Primeira Infância. 





Neste vídeo, a pesquisadora reflete sobre a infância conectada e afirma que: “(...)vivemos em um tempo da virtualidade das relações. A exigência de estar permanentemente online inaugura uma forma de convívio onde as pessoas podem estar de corpo presente, mas psiquicamente ausente, olhando cada um para sua janela virtual. Logo, a forma de se produzir o laço social na infância tem consequência para as crianças. Pais e educadores encontram-se com uma forma de transmissão que não é mais mediada pelos adultos próximos, com substituição gradativa da transmissão cultural entre gerações." Somado a isto, a neurociência afirma que o desenvolvimento do bebê se dá em uma combinação da genética, com as relações e o ambiente. No vídeo, Julieta Jerusalinsky, então, se interroga e nós interroga sobre "o que acontece quando essa virtualização acontece em um tempo precoce, no qual a criança ainda está se constituindo enquanto sujeito? Onde fica o compartilhamento como Outro encarnado?” 





EDUCAÇÃO E INTERNET No fórum de discussão do componente Educação e Tecnologias Contemporâneas sobre o tema Educação e Internet,...